quarta-feira, dezembro 31, 2008

Ainda sobre o lado negro da Força

Segunda-feira, 21h17
ou, no meio da janta

-¿Hola?
-Hola. Poderia falar com a Fulana de Tal?
-Quem?
-Fulana de Tal.
-Não é aqui.
-Ah tah... Perdão.
-Não... [e desliga o telefone]

segunda-feira, dezembro 29, 2008

O lado negro da força

Não dá pra dizer que eu seja uma pessoa má, embora definitivamente uma pessoa escrota. Mas, volta e meia, bate aquela vontade de fazer maldade a torto e a direito.

Essa vontade pode ser despertada por alguma pessoa específica ou por um momento na vida.

São totalmente compreensíveis aqueles dias em que se odeia a humanidade. Ninguém presta. Todo mundo é inútil e merecia uma morte horrível e agonizante. Esse é o momento em que se é capaz de tudo pra fuder com os outros.

Gatos, não passem na minha frente; velhinhas, não venham pedir pra sentar no metrô; esse é o dia em que como feijão – só de sacanagem.

E quando é totalmente direcionado para alguém também não é nada agradável – pra essa pessoa, é claro. Porque pra mim, é a glória.

Eu volto a carregar o programa “irmão mais velho escroto” e faço de tudo para sacanear o infeliz que cruzou meu caminho. É um ataque soviético que só tem fim com a rendição do inimigo ou a Carol brigando comigo.

No entanto, além destes dias, há momentos na vida em que percebo o lado negro da força crescendo dentro de mim.

Hoje, estava andando na rua quando cruzei com um casal. Eles tinham uma criança num carrinho de bebê e o moleque estava dormindo tão pesadamente que chegava a estar com o pescoço torto 90º pro lado. Tive que refrear, com toda a minha força de vontade, meu ímpeto de dar um berro do nada para assustar a criança e fazê-la abrir o berreiro.

Não fiz. Mas fiquei bem imaginando a cena. Eu passando do lado do casal e inadvertidamente dando um gritão bizarro. Eles dando um pulo assustado pro lado. As compras caindo das mãos dele, ela quase virando o carrinho de bebê. A criança – daquelas com as bochechas rosadinhas, cabelos loiro-claro, enroladinhos e macios – abrindo um olhão azul espantado e, logo em seguida, abrindo um berreiro sem fim.

Hummm! A felicidade definitivamente está nos detalhes da vida.

quarta-feira, dezembro 24, 2008

Tá escorregando...

Por mais que eu reclame do Google e não deva nada a ninguém, devo admitir que há certos momentos em que eu dou uma escorregada e deixo meu lado, digamos, “sensível” aflorar.

Outro dia, estava em casa lavando louça, quando passou um comercial na TV que tinha aquela música “Dancing Queen”. De repente, me pego cantarolando a música e, pior, dando uma dançadinha estilo “Ou Tudo Ou Nada”. Ridículo!

Aí, estou na rua e passa por mim uma mulher com uns peitos enormes. Eu viro e comento com a patroa “que feios, né?”. O pior é que não estava fazendo média! Eu realmente achei feios. A mulher macérrima, com duas melancias penduradas, completamente desproporcional e duros. Feio que só.

A gota d’água foi no trabalho. Estava assistindo a um programa chamado “Fashion Classics” para revisar a legenda. Aí começou a aparecer todo aquele pessoal da moda internacional: Valentino, Cindy Crawford, Michael Korrs etc. Já sacou? Eu sabia quem era todo mundo!!!

Porra! A partir de agora, só assisto a futebol e só falo de mulher pelada nesse blog!




*- A dançadinha ridícula


Competição cabeluda

Descobri aqui perto de casa um lugar só de depilação que tem vários troféus na vitrine. Fiquei pensando com os meus botões “Que troféus são esses? De onde saiu tanto troféu?”.

Meu primeiro pensamento é que o lugar tinha comprado todos e exposto pra enganar possíveis clientes e dar uma de super premiado.

Mas depois considerei essa uma idéia meio boba. Afinal, quem se daria ao trabalho de premiar depilação? Quem daria um prêmio de depilação? Quem sabe o nome da premiação dos depiladores?

Até onde eu sabia, só existia dois tipos de depilação: a que saem todos os pelos e a que não saem todos os pelos. Não há meio-termo nesta questão.

Mas aí, logicamente, a imaginação já tinha rolado solta e só conseguia pensar no que seria uma premiação de depiladores.

Surreal.

Será que tem categorias, tipo “melhor perna até o joelho”, “melhor perna inteira”, “melhor buço”, “melhor buça” etc? Tem que ter!

E será que ficam várias mulheres [ou homens, sei lá] posando com sua parte competidora à mostra, uma ao lado da outra? Imagina um monte de mulher posando para a categoria “biquíni cavado”. E o pior! Imagina os juízes desta categoria avaliando o trabalho: “Abaixe mais, por favor. Abre. Lado direito. O outro lado. Obrigado”. E os comentaristas: “A região peri-anal ficou desleixada nessa menina... Que pena.”.

Esse é um reality show que eu assistiria “America’s Next Brazilian Wax”!

Problemas no trabalho

Sim, é isso mesmo. No meu terceiro dia no trabalho, já estou com problemas.

Que foi? Acontece com os melhores profissionais, tá?

Enfim, lá estou eu, feliz e serelepe no trabalho quando começo a conhecer as pessoas. Essa é fulana, essa é cicrana, essa beltrana [sim, tem muito mais mulher que homens] e esse é o chefe, Roberto.

Sim, Roberto.

Por que isso é um problema? Bom, aqui nas Argentinas os apelidos das pessoas são, sem exceção, as primeiras sílabas de cada nome. Estefánia é Esté, Romina é Romi, Carol é Caro etc.

Qual é o problema de Roberto? Bom, o problema é que Roberto aceita duas opções: a primeira é Róber.

A segunda é Ror. Sim, tipo “RRRRR”.

Cara, é foda! Não dá pra ficar ronronando cada vez que chama pelo seu chefe. Pô, eu não consigo.

E todo mundo só chama ele de Ror. Não dá. Até agora eu finjo que não percebi e só chamo de Róber. Muito mais seguro.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Me passa a farofa?

Está chegando o verão e as cervejarias argentinas começam a mostrar suas campanhas para fazer todo mundo ficar bêbado durante os três únicos meses do ano em que faz algum calor nesta terra.

Assim sendo, a InBev lançou um comercial muito intiriçanti para levar os argentinos a comprar muita Quilmes nas praias. Só que o comercial é pra lá de farofeiro! Vendo esse comercial, fiquei até com vergonha de pedir Quilmes no bar de tão farofeiro que é.

Por isso, resolvi fazer a versão brasileira do anúncio. Se você quiser assistir ao original, veja aqui.





P.S.: Destaque para a mulher cabeceando a bola. O que é aquilo???

E o Bruno Diaz?

Aliás, essa história de mudar nome de personagem do original para uma versão latina não acontece só com o Homero, não. Outro dia, eu estava felizão assistindo a uma sessão dupla de Batman na Warner [Batman, o filme e Batman, o retorno] quando me deparo com o senhor Bruno Diaz. Quem é o Bruno Diaz? É o hombre-morciélago em pessoa!

Agora, de onde eles tiraram Bruno Diaz de Bruce Wayne eu não faço idéia...

A Revolución Homero

Todo país possui os ícones que formam a identidade dele. São personagens, reais ou imaginárias, que personificam o que é ser daquele país. Na Argentina também é assim.

Se você vier a Buenos Aires, provavelmente passará pelo Caminito, um superestimado favela-bairro que consiste de duas ruas cheias de lojas de lembrancinhas, restaurantes com dançarinos de tango te servindo e sósias do Maradona.

Neste lugar, é possível perceber em tudo o que é vendido que há uma preponderância de quatro personalidades que são a essência Argentina. Estão em todas as camisetas, bolsas, imãs de geladeira e pôsteres.

São eles: Maradona, Evita, Mafalda e Homero. Quem é Homero? É o Homer Simpson. Sim, aqui por essas bandas os Simpsons são um sucesso absurdo e o Homer(o) é rei.

Se houvesse uma arrumação dessas personalidades por ordem de importância, da maior pra menor, ficaria assim: Maradona, Homero, Evita e Mafalda. Sim, Homero só perde pro Maradona [difícil competir com a “mão de Deus”] e fica à frente da Evita [foi mal Madonna].

Isso é muito engraçado, porque no Brasil Simpsons também faz um certo sucesso [não tanto quanto aqui, mas tem seus fãs]. Só que o personagem do desenho que é mais admirado e reproduzido é o Bart, o filho fazmerdinhadaestrela. Não sei se por sua característica de malandro e que sempre tenta se dar bem ou se simplesmente por efetivamente só fazer merda, é ele quem tem um maior apelo ao público brasileiro.

O que isso diz do argentino então? O que faz do Homero um personagem tão querido e admirado, aquele com que todo argentino se identifica? Seria sua burrice? Sua barriga de cerveja? Sua incompetência? Sua capacidade de se dar mal o tempo todo? Todas as anteriores?

Quem sabe? Fato é que vou comprar minha camisa da “Revolución Homero” [uma em que ele aparece estilizado como se fosse o Che] e me misturar na multidão.

segunda-feira, dezembro 15, 2008

A vida

Passar o final de semana bebendo cerveja e comendo besteria faz a vida ser muito mais interessante na segunda-feira.

sábado, dezembro 13, 2008

¡Bienvenido!

No meu primeiro dia de Argentina eu estava muito animado. Acordei tarde e fui dar uma passeada pelas redondezas para conhecer um pouco o quarteirão. Tudo muito lindo, umas árvores bem cuidadas, parques de três em três quadras, um monte de cachorro simpático e pessoas bem vestidas devido ao frio.

Tudo muito bom e agradável, uma excelente primeira experiência porteña. Aproveitando o passeio, entrei numa loja que dizia estar liquidando o estoque porque ia fechar. Aí pensei com os meus botões “tá frio como o diabo e eu não tenho muita roupa pra suportar. Melhor aproveitar a promoção e comprar logo umas roupas legais pra aturar a friaca, certo biscoito?”

Entrei na loja e o vendedor não percebeu. Comecei a mexer nos cabides e acabei fazendo algum barulho. Ele, que estava sentado num canto da loja, olhando pra baixo enquanto lia um livro, notou minha presença. Levantou a cabeça do que lia, olhou pra mim com uma cara que misturava um profundo desprezo e uma irritação por quem atrapalhou o que fazia. Me olhou, não falou nada e simplesmente voltou-se para a interessante leitura.

Meio espantado e um pouco nervoso pelo comportamento de repulsa do vendedor, não entendi o que estava acontecendo. No Brasil, os vendedores pulam em cima de você assim que você passa o olho na vitrine da loja e fazem de tudo pra você comprar qualquer coisa. Como aquele cara que queria acabar com o estoque pra não sair muito no preju ao fechar a loja tinha simplesmente cagado pra mim?

Aí a realidade bateu de frente em mim e percebi que diferenças culturais são assim mesmo: você tem que aceitar e seguir adiante. Instantes depois de baixar os olhos de volta ao livro, ele levantou sua nádega esquerda, soltou um sonoro e cheiroso peido, baixou a nádega esquerda e continuou a leitura.

O que eu fiz? Aceitei, saí da loja e segui adiante. A vida ensina cada coisa...

sexta-feira, dezembro 12, 2008

Plágio

Os argentinos leram meu blog e encontraram o conceito para seu esportista ideal: o baixo-pança.

Já havia algumas campanhas de marcas ligadas ao esporte que indicavam esse caminho a seguir. Um exemplo é a campanha da Gatorade: “Funciona para los futbolistas que trabajan de otra cosa”.





Genial! É o baixo-pança surgindo.

Mas ainda não tinham chegado à perfeição do conceito que a nova propaganda da Adidas alcançou. Ele é o baixo-pança em sua totalidade, sua potencialidade levada ao máximo.

Assistam e deleitem-se:



Vou cobrar direitos autorais.

quarta-feira, dezembro 10, 2008

¿Qué?

O que aconteceu nestes quase três meses de vida porteña? Não muito.

Achei que sabia espanhol e que conseguiria um emprego fácil. Achei que as visitas só trariam felicidades. Achei a cidade linda e meu bairro mais ainda. Achei novos amigos. Achei decepções comigo mesmo. Achei [um pouco] de depressão. Achei companheirismo. Achei um curso muito bom. Achei as ruas. Achei as casas. Achei o Rio, de novo. Achei meu trabalho anterior me falando como eu mandava bem – e como eu mandei bem de me mandar de lá. Achei confiança renovada. Achei o tango. Achei as pessoas. Achei a conversa despretensiosa de bairro. Achei o Gilberto Gil. Achei a Madonna [e escapei dela]. Achei Perón. Achei os parques. Achei as feiras de rua. Achei meu espanhol. Achei a corrida. Achei o Projeto Menino do Rio 2009 – Missão Buenos Aires. Achei meu blog. Achei meu outro blog. Achei meu bloquinho de pensamentos. Achei minhas pesquisas. Achei meus projetos. Achei um trabalho. Achei minha [nova] vida.

E você, o que achou?

terça-feira, dezembro 09, 2008

Há pouco tempo atrás

Às vezes você para e tudo à sua volta para junto. Ficamos todos neste momento entre momentos, em suspenso.

Nessa hora, você lembra da frase “Deus ajuda aos bons de coração” e entra em paranóia.

Você é bom de coração?

Você crê em Deus?

Ele crê em você?

E quando a paralisia parece subir pela sua coluna deixando seu corpo pouco a pouco paraplégico e depois tetraplégico e, por fim, vegetativo, seu cérebro – a última parte de você funcionando – vira para você e fala “sai dessa”.

E você o faz.

Então sai do momento entre momentos e volta pra vida.

Life is what happens to you while you’re busy making other plans.
[John Lennon]

sábado, dezembro 06, 2008

O Google acha que sou baitola

Muito recentemente, coisa de há 5 dias, eu liberei o Google Adds no meu blog. Não porque creia que vou ganhar muito dinheiro com isso. Acho que nem eles crêem que vão conseguir alguma coisa no meu blog, só fizerem por peninha.

Fiz porque queria ver do que se tratava na íntegra e no que ia dar. Enfim, sem trabalhar fico entediado.

Fato é que, desde então, tenho reparado nos anúncios que entram no meu blog. Eu sei que eles são aleatórios de acordo com o tema das postagens, para que seja uma “mídia integrada ao conteúdo” [onde já ouvi isso antes?].

Mas os anúncios que têm aparecido no meu blog têm me deixado um pouco irritado e um tanto quanto inseguro em relação à minha masculinidade. Das cinco chamadas, há sempre três com o tema “homens” [homens de cueca, homens peludos e homens gostosos] e dois extremamente entregadores [fachadas de casas e roupas].

Porra Google, coe! Sou macho, cacete!!! Leva estes “homens peludos” pra outro blog aí e traz umas coisas maneiras pro meu!!!

Vacilo...

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Definição do dia: Cola-Brinco

No vídeo a seguir, a amiguinha Liciane mostra o que é um verdadeiro e bem dado Cola-Brinco.



Obs.: Não tentem reproduzir em casa. Profissionais altamente treinados foram utilizados para realizar este demonstração.

quinta-feira, dezembro 04, 2008

O Complô Rocky 3

Desde que nos mudamos para BAires, as diferenças de vida são o que mais nos chama atenção no dia-a-dia cotidiano de todo dia diário.

Uma das coisas que mais no chamou a atenção positivamente é o fato de que aqui é comum não ter lavadora de roupa em casa – todos usam uma lavanderia da sua rua.

É lindo! Você separa suas roupas em casa de acordo com a cor, liga pro seu moço e ele vem buscar. No dia seguinte, a roupa volta limpa! Não só limpa, como macia, cheirosa, quentinha e semi-passada.

Sim, porque depois de secar, eles dobram, então a roupa vem praticamente passada! Coisa lindja de Deus. E nem é caro!

Mas, como tudo nas Argentinas, tem seus prós e seus contras.

Recentemente, me bateu uma certa melancolia originada na parte de baixo da minha barriga. Ela tem aparecido demais por baixo das camisas. Fiquei meio bolado de ter engordado por essas terras onde só se come massas e carne com batatas. Mas nem, emagreci 4 quilos desde que saí do Rio [valeu Erika por notar!!!].

O motivo do meu baixo-pança estar aparecendo tinha que ser outro. Descobri, então, que a maior parte das minhas camisas encolheu desde que vim para em terras porteñas.

Aí tudo fez sentido. Como todos já sabem e eu já cansei de escrever por aqui, as Argentinas vive em plena década de 80. Da música à moda, da economia maluca aos bancos sem Internet banking, da falta de moedas pra pegar ônibus ao metrô sem ar-condicionado, das merdas de cachorro espalhadas pelas calçadas ao penteado maluco das mulheres [sim, é tudo uma merda]. É toda uma sociedade que consume e produz a década de 80 como modelo de vida.

Assim, as lavanderias dão sua contribuição para manter este status quo retardatário voltando com a moda Rocky 3 de baby look para homens.

Assim, eu – com o Projeto Menino do Rio 2009, Missão Buenos Aires a pleno vapor –, não poderia deixar de adotar a moda pança séczi e andar de cabeça erguida e barriga arriada pelas ruas desta cidade que nos recebeu de braços abertos em seu seio.



segunda-feira, dezembro 01, 2008

A incrível confiança da merda por acontecer

Quando eu era mais moleque [e 30 quilos menor], eu costumava ir muito à praia. Vivia lá com uns amigos.

Não gostava muito de ficar só de sunga – achava, e ainda acho, que é muita exposição das mixarias das pessoas. Então sempre colocava uma bermuda de surfista por cima.

Bom, uma vez lá estava eu na praia, recém-chegado e feliz de estar ali. Eu me senti o rei da praia, como se não houvesse outro lugar no mundo onde pudesse estar naquele momento.

Como tinha um dinheiro no bolso, resolvi ficar só de sunga pra cair na água. Com toda a certeza no mundo do que estava fazendo fui e baixei a bermuda de uma vez. Dobrei direitinho e coloquei sobre o chinelo pra não sujar muito de areia.

É engraçado como, quando você está prestes a cometer uma besteira, você não pensa nem por meio segundo que poderia dar errado. Você está totalmente confiante de si, crente que você é tão bom que nada pode dar errado no mundo.

Enchi o peito de ar, abri os braços e pensei comigo “a vida é boa! A praia é minha, meus amigos estão todos aqui e o sol está perfeito. Não há nada no mundo melhor que isso!”

Então percebi que havia muito frescor nas mixarias. Olho pra baixo e lá está meu cuecão Zorba [com aquele espaço por onde saía o passarinho da propaganda] exposto pro mundo apreciar.

Rapidamente me joguei no chão, vesti minha bermuda deitado na areia e decidi que aquele dia não tava bom pra praia, não, afinal de contas, e fui-me embora de lá. Não sei se alguém percebeu e nunca comentou comigo ou se passou em branco, mas aprendi minha lição.

Nunca acredite em si mesmo: a confiança é irmã gêmea da vergonha.


quinta-feira, novembro 27, 2008

Tirando o atraso...

Tirando o atraso...

Manual Básico de Sobrevivência a Conversas Chatas e/ou Inconvenientes

Pessoas inconvenientes existem. Isso é um fato que não há como ser contestado. Mas o pior de tudo é que elas estão em todas as partes, em qualquer lugar e podem te encurralar a qualquer momento para um papo daqueles.

Há, no entanto, algumas ferramentas que podem ser usadas por uma pessoa de bom senso para livrar-se, suportar ou simplesmente ignorar uma conversa com os Incos.

1. Adote a Zebra na sua vida: Quando uma Inco puxar um assunto chato e/ou inconveniente para cima de você, chame a ajuda da Zebra [ou da Girafa, depende do seu gosto animal]. Por exemplo: “Alguém já te disse que você tem a cabeça desproporcionalmente maior que seu corpo?”; responda “Olha a Zebra! Nossa que incrível aquela Zebra aqui. E ela é tão listradinha, toda em branco e preto. Fashion, né?” e saia andando como se fosse a coisa mais normal da sua vida. Os ingleses usam muito essa técnica em suas vidas. É garantia da pessoa te achar um maluco e te deixar quieto por um tempo.

2. Um ponto fixo pode mudar sua vida: Outra técnica muito eficiente é encontrar um ponto fixo numa parede e focar sua vista nele, tentando perceber o quão pequeno ele pode ser. Desta forma, você entrará num estado quase meditativo e suportará tudo que a Inco lhe dirigir. Os budistas inventaram esta técnica como forma de passar em um dos testes para se alcançar a iluminação.

3. Lembre-se da última palavra dita. Dita?: Se a Inco que veio pra cima de você é uma pessoa importante e você não pode simplesmente ignorá-la a dica é prestar atenção. Calma. Preste atenção apenas na última palavra de cada frase e a repita em forma de pergunta. Exemplo: “Filho, a melhor forma de guardar copos é colocá-los no armário em ordem crescente de tamanho da esquerda para a direita e não ao contrário como você fez”, “Fiz?”, “Fez, mas agora eu já arrumei tudo da maneira correta. O que seria de você sem mim?”, “O que seria?”, e daí por diante. Créditos para Aline Gruba.

4. Ã? Ahhhh. An-hann: Nunca subestime o poder que a primeira letra do alfabeto pode fazer por você. Quando uma Inco vier na sua direção, se arme com o “A” e deixe fluir. Exemplo: “Outro dia, eu passei muito mal e passei a tarde toda no trono”, “Ã?”, “Pois é. E saiu tudo assim e assado [censurado].”, “An-hann”, “Mas agora eu estou muito melhor. Voltou a sair dessa e daquela forma [censurado], do jeito que eu gosto.”, “Ahhhh...”, e por aí vai. Créditos para Gruba, de novo.

5. Talk to the hand: Agora, a técnica mais eficiente para evitar uma Inco esta literalmente na palma da sua mão. Se for uma pessoa que não vai fazer a menor falta na sua vida, mande ver com este artifício. Assim que você perceber a Inco vindo na sua direção ponha sua mão à sua frente impedindo-a de olhar diretamente para seu rosto. Mantenha essa posição até que a pessoa se vá. Cuidado! Esse método é muito eficiente e, portanto, pode deixá-lo viciado em usá-lo a torto e a direito. Escolha com sabedoria com quem usar a técnica para não criar inimizades com todos. Afinal, como já diria o falecido tio do Peter Parker, "com grandes poderes, vem grande responsabilidade".

O Projeto Menino do Rio 2009 começou nesta última terça

Só digo isso.

Piada infame

De "O Globo Online": Mares mais ácidos, conchas sofrem com acidez. Solução? Escove as conchas com Colgate Proteção Total que tá tranqüilo.

quinta-feira, outubro 09, 2008

Dinheiro é uma bosta

Não sei se foi de propósito ou se o pessoal de economia do G1 está mesmo fanfarrão, mas dá uma conferida na foto ao lado de uma nota de 20 mil dólares zimbabueanos [é assim de se chama?].

Cara, com uma inflação de 231.000.000 %, realmente essa nota amanhã não vale mais nada. Mas o pessoal da casa da moeda do Zimbábue precisa botar uma imagem de uma pilha de bosta impressa na nota?

Sacanagem...

quarta-feira, outubro 08, 2008

Desmunheca direito!

- Abre as mãos! Deixe-me ver seus dedos! Vai lavar as mãos!

Ok... Não sabia que pra pegar minha digitais precisava lavar as mãos antes, mas tudo bem.

- Abre as mãos! Deixe-me ver seus dedos! Vai secar as mãos direito!

Cara, se eu quisesse alguém berrando comigo, não precisava vir pras Argentinas.

- Abre as mãos! Deixe-me ver seus dedos! Bueno!

Putz! O mundo caminhou, mas por aqui as pessoas ainda acham divertido sujar suas mãos com tinta pra poder pegar suas digitais.

- Deixa as mãos soltas! Não deixa dura!

Cara, seu eu deixar minha mão mais solta que essa acho que desmunheco sem volta.

- Deixe-me ver se ficou boa... Ta ruim! Você fez errado! Tem que fazer de novo!

Lá vai ela sujar minha mão de novo. Cara, agora vou bem deixar minha mão o mais desmunhecada humanamente possível!

- Solta a mão! E faz direito agora!

Cara, faz o quê? É ela quem pega dedo por dedo e pressiona contra o papel. Minha parte é apenas deixar a mão solta e ter digitais. É muita cara de pau botar a culpa em mim!

- Não ficou boa de novo! Seu dedo está errado! [xingamentos e reclamações em espanhol impronunciáveis]

Meu dedo tá errado? O que ele fez? Eu hein!

- Mira, olha sua digital dos anelares. Estão completamente erradas! Está vendo aqui, como elas começam muito embaixo? Seus anulares estão ambos errados!

Sempre achei isso. Quer que eu os arranque fora? Eu hein!

- De novo! Agora deixa a mão solta e faz direito! Vou ter cuidado com esses seus anelares danificados.

Ei! Só eu posso falar mal dos meus anulares danificados! Velha escrota.

- Agora sim! Vai lavar a mão e vai embora! Próximo!

segunda-feira, outubro 06, 2008

The 80’s are back!

Ou Breguice nunca sai de moda

Quando estávamos pensando em vir pras Argentinas começamos a fazer uma pesquisa sobre o lugar. Descobrimos que o país vive na década de 80. Mas nada como viver por aqui pra descobrir isso na pele.

Tem umas coisas sérias, tipo a economia. Ninguém tem dinheiro em banco porque o dinheiro desvaloriza muito rapidamente. Você recebe o salário, saca tudo e compras o que tiver que comprar imediatamente. Se bobear, perdeu.

O Governo briga com o pessoal do campo que resolve fazer greve. Aí a presidenta tem que mandar laçar boi no pasto, senão as cidades ficam desabastecidas. Eu, hein!

Agora, há outras coisas que são meio desconcertantes. Tipo a música. As rádios só tocam músicas americanas da década de 80. INXS bomba! Tears for Fears traz lágrimas ao rosto de cada adolescente. Nirvana é uma novidade!

As lojas também seguem essa tendência super chic. Só que as lojas mais caras dão uma leve disfarçada, aquele toque de chiquereza: elas tocam versões instrumentais dessas músicas em flauta boliviana. Sim! Que nem aquele grupo de bolivianos que toca no Largo do Machado e no centro. O fino da bossa!

Agora, a moda é coisa de outro mundo. Parece que todas as mulheres assistiram a Flashdance outro dia e acharam muito maneiro se vestir de legging preto, saia rosa-choque, polainas azuis e camisetas com gola cortada brancas. O último grito da moda!

Os cabelos estão ali: pau-a-pau. Só assistindo a Secretária de Futuro alguém poderá chegar perto da compreensão do que digo. Sim, há cabelos cheios de laquê no estilo Nanny Fine; sim, há cabelos repicados com as pontas em rosa-choque tipo Madonna em Who’s That Girl?; e, por fim, sim, há rabos de cavalo na lateral da cabeça estilo Xuxa [“E quem não quer, não é baixinho?”]. Não se esqueçam do All Time Classic argentino: os mullets. Para homens e mulheres.

Se você for muito novo e não sabe direito como era a década de 80, dê um passei o por Buenos Aires. É melhor do que as minhas lembranças!

Sobre Televisões e Guarda-Chuvas

À noite é o momento de Carol e eu assistirmos à TV; e rirmos. Sim, porque há cada coisa mais estranha que vocês nem imaginam.

Tipo um canal que passa anúncio de jornal o dia inteiro. Isso mesmo, anúncios escritos de jornal. “vendo carro 99 azul”, “preciso de cachorro pra companhia”, “moreno alto, bonito e sensual – a solução para os seus problemas”. Enfim...

Tem outro canal que passa novelas da Globo o dia inteiro. Todos os dias. Agora ta bombando “A Presença de Anita” e “Mulheres Apaixonadas”. U-hú.

Por fim, hoje tivemos uma das cenas mais inusitadas que já vi. Na TNT estava passando o show da Rihana. Ri-quem? Pra quem é perdido como eu, trata-se de uma menina que tem um nome estranho, nasceu nas Bahamas [é bahamense?] e canta a música sobre os guarda-chuvas [mas o verdadeiro hit é a versão INRI Christi – confira no YouTube!].

Beleza, ela tem cabelo curto, roupas de couro e canta umas músicas que eu jurava que eram da Madonna [sim, reafirmando totalmente minha falta de noção neste assunto]. Enfim, lá esta ela, magrela, anamórfica, rebolativa e animada num show em Manchester quando anuncia a música mais esperada da noite: Umbrella.

A galera vai à loucura, fogos de artifício voam pelo palco, todo mundo cantando em coro a música [que, afinal de contas, não tem uma letra tão difícil, né? É só repetir “ê-ê-ê, under my umbrella-ella-ella”. Mooooito bonito]. Quando, para o meu espanto, todo mundo saca seu guarda-chuva e, numa catarse coletiva, deixam-no abertos sobre suas cabeças enquanto repetem a complicadíssima letra da música: “ê-ê-ê, under my umbrella-ella-ella”.

Como assim!? Nego realmente levou uma porcaria de um guarda-chuva pra um show só pra balançar no ar enquanto canta uma música merda com letra chata a repetitiva! “ê-ê-ê, under my umbrella-ella-ella”

Vai entender o mundo. Eu é que não vou...

sexta-feira, outubro 03, 2008

As civilização tudo aí

As sociedades civilizadas são outra coisa. Todo mundo me dizia que Buenos Aires era muito mais civilizada que o Rio e que as pessoas eram mais educadas.

Com certeza! Até agora só vi educação distribuída a torto e a direito.

Ao atravessar a rua, você se joga na frente do carro – se ele parar, você vai. Se não, você fica. Sim! Em qualquer lugar da cidade e não só no centro como no atrasado Rio de Janeiro.

Se você vai a um restaurante, faz amizade com o garçom [aqui devidamente chamado de mozo, como no Rio, mas muito mais chique porque tem um Z no lugar da Ç]. Todo mundo faz amizade, é uma coisa comum. Até porque, se você não fizer, você demora pra ser atendido, pra receber sua comida e, principalmente, pra receber a conta. Viu que avanço? Ninguém quer lhe entregar a conta pra pagar; que indelicadeza!

Agora, a mais distanciada educação que temos em relação ao Rio está nos momentos de incômodo dos porteños. Quando alguém se sente injustiçado, infeliz, ou puto mesmo, no alto de sua irritação inigualável, o argentino vai manda seu xingamento preferido: BOLUDO!

Sim! Nada de conjugar neologismos ou aglutinar xingamentos como o carioca e seu vil “putaqueopariucaralhoporra!”. Não. Bo-lu-do [ou bo-luuuu-do, como tenho certeza que a Antônia falaria].

E se você estiver realmente triste com a vida, o universo e tudo mais [resposta: 42], manda um PELOTUDO! Mas isso é muito forte e quase ninguém usa. O único caso que eu sei de uso deste palavreado tão feio é em final de campeonatos de futebol entre Brasil e Argentina que o Dunga seja o técnico e nossos hermanos perdem. Mas é compreensível...

sábado, agosto 09, 2008

Um Final

Ela, em seu leito derradeiro, descansa entre um sopro e outro. Respirar é doloroso e quase pior do que não fazê-lo. A filha tem sua mão contra a face dela, molhando-a de lágrimas. O marido, contra a parede, luta entre o egoísmo de tê-la para sempre ao seu lado e o altruísmo de desejar o fim da dor; dela e de todos mais.

Um último esforço e o findo ar escapa deixando apenas o vazio da inexistência. A filha levanta e abraça o pai, com seu rosto enfiado no peito dele. O marido abraça de volta e imerge sua face nos volumosos cabelos da filha. Os dois escondem seus olhos pois a realidade é horrenda demais para um mero vislumbre.

E ninguém vê. Ninguém percebe. O momento em que ela levanta-se com seu tórax inerte. Ela olha para os dois e uma única lágrima escorre. A seguir ri. Olha para a janela e começa a refletir e calcular. Se a menor força, empurra a cama com o dossel para o outro lado do quarto. Levanta os dois abraçados como se fossem pluma e os deposita carinhosamente fora do caminho.

Ela dirige-se então ao corredor e anda até o fundo. Vira-se de volta ao quarto e toma posição. Então parte. Correndo, segue toda a extensão do corredor, entra no quarto, passa pela cama e, no último instante antes de atravessar a janela, olha os dois abraçados.

E então seus pés descolam-se do chão – e da realidade. Pelo menos desta; das outras já não se sabe...

terça-feira, agosto 05, 2008

Tempo vs. Dinheiro

Vocês têm uma coisa que eu não tenho: um relógio. Mas isso não quer dizer que eu não ligue para o tempo. Apenas não tenho dinheiro para comprar um relógio.

Eu possuo algo que vocês não possuem: tempo. Isso não significa que vocês não liguem para o tempo. Somente possuem muito dinheiro para conseguir desfrutar de tempo.

“Life is what happens to you when you’re too busy doing something else”

quinta-feira, julho 31, 2008

Era uma vez...

Era uma vez um menino. Ele andava na rua sempre olhando pra baixo e tendo muito cuidado para não cair num buraco ou pisar em merda de cachorro. Só que ele vivia batendo com a cabeça em postes e placas de rua. Seus amigos reclamavam que passavam por ele e ele fingia não ver – quando na verdade ele realmente não os via por estar sempre com a cabeça baixa.

Era uma vez uma menina. Ele andava na rua sempre olhando pra frente e tendo muito cuidado para não bater em postes e placas e para não deixar desapercebidos seus amigos. Mas ela vivia caindo em buracos e pisando em merda de cachorro. Seus amigos viviam reclamando que ela chegava sempre suja ou machucada aos lugares.

Era uma vez um menino que conheceu uma menina. Ele andava na rua sempre olhando pra baixo. Ela vivia olhando pra frente. Um dia, ele estava amarrando o sapato e ela esbarrou nele. Assim se conheceram. Eles nunca mais bateram em postes e placas ou caíram em buracos ou pisaram em merdas de cachorros.

domingo, julho 27, 2008

Um minuto

Acho que já fiz isso hoje. Já, já fiz sim. Saco essa história de ficar me repetindo. Trabalho repetitivo é uma merda.

O pior é que é sempre assim. Trabalhar é repetir várias vezes algumas poucas tarefas ao longo do mês. Cada dia uma tarefa diferente, o dia inteiro a mesma tarefa. E só se leva um minuto pra cada uma. Saco.

- Ei!
- Hã?
- O que você ta fazendo?
- Como assim?
- O que você ta fazendo?
- Estou trabalhando.
- Eu imaginei. O que pergunto é: você está realizando alguma tarefa diferente da que você acabou de fazer?
- Não...
- A próxima será diferente da que você faz agora?
- Também não.
- Comigo é o mesmo.
- Sim. E daí?
- Você não fica com a impressão de que o dia se repete em um minuto.
- Hã?
- Seu dia inteiro se resume a um mesmo minuto de trabalho repetido diversas vezes ao longo do dia.
- Cara, boiei.
- Sim, sim. Você vive o mesmo minuto do dia o dia inteiro.
- Putz, o que você tomou hoje?
- É sério...
- Vamos almoçar?

Saco! Almoçar é a coisa mais diferente e divertida para se fazer no dia. Há sempre uma comida diferente, no entanto é sempre a mesma. Sempre uma salada. Sempre dois pratos quentes. Sempre arroz e feijão. Sempre os mesmos temperos. Sempre o mesmo gosto. Todo dia uma comida diferente; todo dia se come o mesmo.

- E então? Pensou no que eu falei?
- No quê?
- Sobre o trabalho...
- Nem entendi o que você falou!
- Caralho.
- Quê?
- Nada, deixa pra lá...

Escovar os dentes. Esfrega os de cima. Esfrega os de baixo. Esfrega os da esquerda; os da direita. Esfrega a língua. Cospe. Igual a ontem.

- Viu o jogo?
- Não. Esqueci. Como foi?
- O de sempre. A defesa é muito fraca! Falta atacante decente. É foda!
- É foda...

Essa cadeira vive desregulada. Bom, basta ajeitar direitinho. Pronto. Monitor na altura certa. Teclado e mouse nos lugares ideais. Agora é só trabalhar. O que estava fazendo mesmo?

Acho que já fiz isso hoje.

sábado, julho 26, 2008

A vida corporativa

Ou Tirando a barriga da miséria


Eu já havia escrito sobre o quão fascinantes são janelas em ambientes de trabalho. Particularmente a do banheiro.

Mas isso porque nos escritórios as janelas estão sempre com persianas fechadas e não há janelas nos corredores.

Recentemente, no trabalho um pessoal foi deslocado de sua sala e a dita cuja ficou vaga. Ela tinha o maior janelão para o corredor que sempre estava fechada, com a persiana baixada.

Pois bem, após a saída do pessoal, abriu-se a maior vidraça. Ficou todo mundo aprisionado pelo fascínio de ter um novo lugar pra olhar, todos gravitando em volta, como insetos em volta da lâmpada.

Só pra ficar olhando para um monte de mesas desmontadas e papéis amassados no chão. Só havia isso para ver. Mas todos estavam loucos para meter o bisoião.

Ontem fecharam a persiana de novo. Tinha que ver a cara de órfão que as pessoas faziam ao passar pelo corredor...


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Banheiros em geral são lugares não muito sanitários. Nem devem ser, na verdade.

Esse é o espaço em que a pessoa pode [e deve] mostrar o seu pior. Botar pra fora tudo que a há de ruim dentro de si.

É o lugar em que é socialmente permitido peidar, arrotar, tirar meleca, coçar o saco [ou a bunda, ou a xebereca, ou o que mais lhe vier à mente], conferir se o sovaco ta tranqüilo e até mesmo cantarolar Los Hermanos.

É pra você ser tudo de ruim ali dentro pra poder ser o melhor que consegue ser do lado de fora.

Então eu não entendo alguns comportamentos das pessoas em relação ao banheiro:

1) Pessoas que não usam a proteção de assento em banheiros públicos. Amigo, você não sabe por onde andou aquela bunda antes dela sentar no mesmo lugar que agora a sua se encontra. Não sei quanto a você, mas eu gosto da minha bunda e prefiro ela sem doenças.

2) Pessoas que olham feio pra você quando sai aquele peidinho durante a mijada. Poxa, estou ali me aliviando, é normal que o alívio seja total. Largue de ser quadrado!

3) Sabonete líquido. Cara, não é mais higiênico que sabonete em barra. A mão que você usou pra se limpar é a mesma que vai apertar pra sair o sabonete. No exato mesmo lugar que todas as mãos anteriores à sua apertaram logo depois de limparem seus donos. Sim, no sabonete em barras se toca onde todo mundo tocou antes também. Amigo, o sabonete é auto-limpante! Ele é feito de uma substância que limpa, não há como ficar sujo. A não ser que o espírito de porco anterior ao seu tenha enchido o dito cujo de areia ou largado uns pentelhos por ele, toda sujeira mais se esvai.

Assim sendo, pense bem ao usar o toalete. Ele pode ser muitas vezes sua salvação, mas também pode ser sua perdição.

sexta-feira, junho 06, 2008

Várias

Eu tenho estado um tanto quanto angustiado com a falta de tempo que sinto para fazer as coisas que tenho que fazer e as que eu quero fazer. Os deveres são muitos, ainda mais morando sozinho e sem empregada todo dia – a arrumação da casa leva um tempinho.

O trabalho também demanda muito tempo, desde o período em que estou efetivamente trabalhando até o que passo a caminho do trabalho. Enquanto estou no Rio Comprido fica tudo perto, mas a Barra está chegando e o trabalho ficando mais longe.

Mas são as coisas que quero fazer que ocupam mais tempo no dia – mais do que eu consigo disponibilizar para realizá-las.

Gosto de jogar, gosto de ler, gosto montar projetos em casa, gosto de assistir a televisão e de assistir a filmes, navegar na internet e, acima de tudo, gosto de pensar. De todos, o que mais me falta tempo é pensar, assimilar as coisas que vi, ouvi, desenvolvi e elucubrar o que fazer com elas.

Acho que quando eu era mais novo eu tinha mais tempo para fazer essas coisas. Ou talvez apenas houvesse menos coisas para se fazer. Fato é que meu dia está tão curto que tenho tido dificuldades para dormir. Quero aproveitar ao máximo o tempo que eu tenho e dormir tem ocupado um espaço no meu dia que entra em conflito com tudo o mais que desejo fazer.

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Eu ainda não descobri como contornar essas questões. Não sei se saberei um dia. Mas o modo como estou conseguindo amenizar esse sentimento de perda é me tornar multi-tarefas. Chega de ser DOS, agora sou Windows [piada nerd, relevem...].

Arrumo a casa ao som de minhas músicas preferidas, passo roupa enquanto assisto a House, baixo o episódio mais recente de Lost enquanto faço pesquisas na internet e, mais recentemente, assisto a televisão com o computador no colo.

Sim, o advento do Rex [notebook] lá em casa é coisa linda de Deus. Eu jogo, eu fico na internet, comento o que estou assistindo com as pessoas na hora que assisto, ligo para a Argentina sem pagar um tostão a mais e assisto ao jogo do canal pay-per-view de um jogo enquanto assisto a outro na TV.

Aliás, estou tendendo a cada vez mais usar as tecnologias. Ficar mais nerd está me trazendo mais vantagens do que lamentos. É incrível como sair do sistema acadêmico permite aos nerds se soltarem em sua nerdice e serem mais felizes com isso.

Voltando ao assunto principal: quero cada vez mais aproveitar o computador, o Rex e o celular para ter uma vida mais feliz. Quero usar suas capacidades ao máximo e me aproveitar de tudo o que eles podem proporcionar.

Quem souber como fazer isso, me dê um toque aí!

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Depois de tanto falar de computador e de como eles são maravilhosos só tenho a dizer mais uma coisa.

No final dos tempos, quando o universo deixar de existir e toda a existência chegar ao seu fim tudo o que sobrar será uma tela azul.

“Erro fatal do Windows”

Seu computador se autodestruirá em cinco segundos. Quatro. Três. Dois. Um.

quarta-feira, maio 28, 2008

Três Vezes Cinema

1. Cinema vs. Filmes

Mais uma vez vou assistir àquele filme. Já o vi várias vezes na TV e tenho até DVD em casa.

É bem verdade que eu nunca assisti ao DVD. Mas eu o tenho. Enfim...

Quando anunciou passando num cinema não pude resistir. Eu o acho fantástico e o cinema só o tornará mais incrível para mim. Vai agigantá-lo.

Adoro essa sala de cinema. Das antigas, com palco, mezanino, enorme e toda decorada com aqueles rococós bregas de antigamente. O charme está nos detalhes: a cortina de veludo, a cadeira almofadada e a música clássica antes da sessão.

O ingresso a preço popular só faz a festa mais interessante. Quero pessoas animadas ao meu lado, quero torcida, quero “AHHHHHs” e “OHHHHHs”, quero vaias e aplausos. Anseio pela platéia que interage com o filme, mescla-se com a exibição e torna-se uno com a experiência cinematográfica.

O público, ansioso com o início da projeção, começa a ritmar o “Co-me-ça! Co-me-ça” e os últimos assentos são preenchidos.

Shhh! A sessão já vai começar...

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2. Cinema-realidade

Aconteceu no meio do filme. Três fileiras à minha frente, duas colunas à esquerda.

A cena era de um casal – ele com seus idos 40 anos e ela com uns 30 – beijando-se em meio a todos.

De súbito, alguém lá na frente levanta-se e dirige-se a eles. Não sei se notam sua aproximação – não ficou muito claro.

Eu não estava entendendo muito bem o que acontecia. Não tinha dado crédito algum ao casal e muito menos a quem se aproximava.

Só sei que do nada dois estampidos altos ensurdeceram a todos. Quando os ouvidos voltaram ao normal, ouve-se um grito rouco e constante, quase um canto gregoriano com sua falta de variação tonal.

Outro estampido, mais surdez. Podia ser mais baixo o som. Mas, também, quem manda ficar tão perto da ação, né?

Neste momento todo o cinema ficou em silêncio, todo par de olhos grudados no acontecimento. Ninguém ousava respirar ou olhar pro lado. De repente, um barulho de pipoca mastigada. O filme continuava e ninguém queria perder um segundo sequer.

Sem trilha sonora ou efeitos sonoros, o sossego da sessão chega ao fim. Chegam os jornalistas e seus flashes. Depois os policiais e seus berros. O filme continua e ninguém quer perder a ação.

A trama, os personagens e a conclusão foram tão intensos que eu esqueci completamente o que fazia ali e que longa fui assistir. A realidade estava tão incrível que parecia até um filme.

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3. Nós Dois, Eles Dois

Lá estava eu brincando com o cigarro entre os dedos, do mindinho, girando até o polegar. A ansiedade subindo pela minha espinha batendo no centro da testa e descendo até a ponta dos meus dedos.

Nisso que dá ir ao cinema sozinho. Odeio ir sozinho. Acho muito deprimente, essa situação. Casais abraçados, amigos comentando suas expectativas, filhos excitados enchendo seus pais de perguntas e eu, só na fila, meio que inclinado pro lado com a falta do apoio de uma companhia.

E o cigarro. Eu tinha parado com ele, mas a ansiedade traz tudo de volta. É só tirá-lo do maço que ele se mescla aos meus dedos como se sempre estivesse ali, apenas um dedo a mais. Tamborilando, de uma ponta à outra da mão.

Sentado, só me resta esperar o início da sessão, sem alguém para conversar. As pessoas passam e perguntam “tem alguém aqui?” “não, pode sentar-se”. Estou sozinho. Eu e meu cigarro.

O casal à frente parece o mais grudento que já vi. Ficam segredando um no ouvido do outro sussurros que não compreendo mas que ferem minha solidão com seu carinho mútuo.

Durante toda a exibição, a língua dele sibilou no lóbulo dela, como se precisasse ter sua atenção a todo momento. Como se o filme estivesse atrapalhando a união deles.

Comecei a achar minha solitária condição em melhor situação que a dela.

Na saída, tentei juntar-me aos dois e ouvir o que aquele chato, que não desgrudava dela por um segundo, tanto tinha a confidenciar em seu ouvido. Ele, agarrado a ela, parecia um concha protegendo sua pérola a todo custo.

Mas, ao chegar à rua sinto-me arrependido e humilhado. Ela retira sua vara e põe seus óculos escuros. E ele a guia para o estacionamento perto. Com o mesmo carinho com que ele narrou o filme que eu tinha tido a oportunidade de assistir, mas perdi tempo invejando os dois.

Eu e meu cigarro.

domingo, maio 25, 2008

Meu novo bichinho de estimação!

Ou Como o Pdrn dominará o mundo!


Minha amada adorada idolatrada salve salve Brasil de amor intenso seja símbolo esposa me deu um mega ultra divertido presente de aniversário!!! Sim, eu sei que não é meu aniversário ainda – e ela também. Mas e daí?

Eu ganhei um mega ultra super infinitos cósmicos de legals NOTEBOOK!!!
[momento looser de Kevin Spacey em Beleza Americana: “I Rule!”]

Eu pedi um cachorro e ganhei um laptop. Ela sabe mesmo como decepcionar alguém e compensar num mesmo ato. Casei bem!

Agora eu ando com ele para todos os lugares. Ele assiste televisão comigo, ele cozinha ao meu lado, toca música pra mim e passa meu episódio de Lost recém baixado na minha caminha até eu fica sonolento e ele dormir do meu lado. Mas o máximo mesmo foi quando ele substituiu o jornal pra mim – no trono!

Só falta eu ensinar um último truque pro Rex ser perfeito: me receber na porta abanando o rabinho. Já estou baixando o torrent do aplicativo!!!

Por que você trabalha? Para que você trabalha?

Esta é uma questão meio que define um pouco minha vida no momento. Meu trabalho não é a última coca-cola gelada do deserto, mas também não é horrível. Eu preferia estar fazendo outra coisa, trabalhando com outras pessoas e em outra área? Sim.

Bom, em relação às pessoas nem tanto – algumas são bem legais, na verdade. Essa semana deve sair um cara bem maneiro que vai fazer a maior falta por lá.

Mas isso não vem ao caso. Não é sobre isso esse post, então não vou seguir nesse assunto.

A questão é por que trabalhar? Se o trabalho não é tão legal assim e sua chefe é uma Argentina maluca homicida torcedora do Boca Juniors, essas coisas acabam pesando contra sua decisão de acordar cedo pra trabalhar todo dia de manhã. E Deus sabe como essa decisão é difícil e tem muitos mais contras do que a favores.

Aí é que entra a resposta à pergunta: porque eu quero ter minha casinha, minha divertida vidinha de casado, porque eu quero comer num restaurante gostoso quando der na telha, porque eu quero comprar uns vinhos maneiros que o moço da loja indicou, para eu comprar meu laptop de aniversário, para eu viajar nas minhas férias, para eu ter minha vida [quase] do jeito que eu quiser.

É incrível como ter a resposta à pergunta em mente ajuda a ter uma vida mais tranqüila e feliz. De verdade.

Por isso passo isso adiante: por que/para que você trabalha?

domingo, abril 27, 2008

Brincadeira da Bárbara

Bárbara, minha danada amiga virtual, me convidou a listar oito coisas que gostaria de fazer antes morrer. Não sei se era isso que ela tinha em mente, mas taí minha listinha:

* Gostaria de bater de carro. Eu queria comprar um carro velho, equipá-lo com todos os materiais de segurança possíveis para poder bater sem me machucar. Desta forma, toda a vez que algum taxista me fechar, algum motorista de van parar no meio da rua ou um motorista de ônibus jogar o veículo pra cima do meu carro eu não pisarei no freio e xingarei o maldito. Eu simplesmente bateria. Que raiva desses desgraçados!

* Eu entraria escondido na casa do meu sogro, roubaria seu DVD do show da Ana Carolina e daria cabo do maldito. Com requintes de crueldade. Primeiro arranharia tudo, depois quebraria em pedacinhos para, por fim, tacar fogo – dançando em volta da fogueirinha para comemorar, é claro. Odeio a Ana Carolina!

* Queria passar uma banda e dar um pesco-tapa em todas as pessoas que furam a fila. Principalmente no mercado. Porra, fazer mercado já é irritante e ainda me vem uma pessoa pra entrar na minha frente indevidamente!? Pesco-tapa nela!!!

* Queria fazer uma daquelas atendentes irritantes e incompetentes do McDonalds comer um de seus sanduíches com um furo de dedo no meio do pão. Sim, isso já aconteceu comigo. Mais de uma vez.

* Queria cagar na cabeça de um pombo.

* Queria mijar no pé do desgraçado que mijou no meu no aeroporto [ver 4 ou 5 posts abaixo].

* Queria bloquear o Discovery Home & Health aqui de casa. Não agüento mais ver bêbes!!!

* Queria fazer parte daquele grupo, o Sindicato Internacional dos Confeiteiros, e sair pelo mundo jogando torta na cara dos grandes caras-de-pau do planeta. Quando o Bill Gates ganhou a dele foi hilário!!!



P.S.: Não conheço outros blogs, então espero que os outros convocados pela Bárbara dêem continuidade para a brincadeira...

domingo, março 23, 2008

I'm only sleeping

Eu, particularmente, ADORO dormir. É uma arte pouco reconhecida e valorizada, mas que para mim faz toda a diferença na vida. Junto de comer, comer e defecar, dormir torna minha existência mais feliz.

Uma vez, numa entrevista de emprego, me perguntaram que hobby eu tinha. Eu respondi “namorar” – o que foi muito mal visto pelos meus futuros colegas de trabalho. Eu devi ter sido honesto e ter dito que meu hobby é dormir, cochilar, roncar e apagar.

Na mais gostoso que a soneca da tarde! Após o almoço, assistindo ao final de Vale a Pena Ver de Novo e o comecinho da Sessão da Tarde. É a hora que Morfeu te abraça, o sofá da sala vira uma cama king size e todos os problemas do mundo desaparecem. É coisa linda de Deus.

Agora, fato é que muitos momentos-chave da minha vida aconteceram enquanto eu dormia. Minha mãe os presenciou todos. E fez questão de me acordar para contá-los.

“Pedro, você passou pro Pedro II / CEFET / UFRJ!”

“Pedro, morreu o Ayrton Senna / Mamonas Assassinas!”

“Pedro, seus amigos estão aqui para sua festa de aniversário surpresa! É um café da manhã de aniversário!!!”

Todos esses momentos foram seguidos de um sonoro “Mãe, deixa eu dormir!”.

Ta bom que a história de um café da manhã de aniversário surpresa não foi a melhor idéia que a minha mãe já teve. O que a levou a crer que eu – uma pessoa que adora acordar tarde – ia ficar feliz de acordar no susto com um grupo dos meus melhores amigos no meu quarto, rodeando minha cama e berrando “Parabéns!”, e ainda ia tomar café da manhã (coisa que nunca fiz e continuo não fazendo até hoje). Sem contar o fato de que eu durmo só de cuecas. Pois é...

Mas seria legar, como todos os meus amigos, ter visto ao vivo o acidente do Ayrton Senna. O carro não fazendo a curva, a batida, a cabeça dando aquela última balançadinha ao som de um desolado Galvão Bueno.

Ou ter sabido em primeira mão do acidente aéreo dos Mamonas. Ter pensado de primeira “É óbvio que era o Dinho quem estava pilotando”.

Enfim, a verdade é que eu estava muito feliz com meus sonhos e esses eventos só aconteceram para atrapalhá-los. Devia ser proibido morrer de manhã!





P.S.: Não, não me esqueci de comentar os momentos que passei em algum concurso. Apenas não acho que se justificava de forma alguma ter me acordado cedo por isso. Eu continuei tendo passado nos mesmos concursos às 13h, quando acordei...

quinta-feira, março 20, 2008

Inutilidades úteis

Essa é para aqueles que quando eram pequenos e faziam uma pergunta interessante pros pais ouviam “Por que você quer saber isso? Tá entediado? Vá arrumar alguma coisa pra fazer! Esse menino vem com cada coisa...”.

con.dão (Substantivo) - dom, faculdade, poder mágico ou sobrenatural

Obtido em "http://pt.wiktionary.org/wiki/cond%C3%A3o"

Condão - s.m. Poder sobrenatural, prodigioso. / Dom, prerrogativa. // Varinha de condão, vara mágica, dotada de poderes sobrenaturais, usada pelas fadas e feiticeiras.

Obtido em "http://www.workpedia.com.br/cond%E3o.html"


Peluche (do francês peluche) ou pelúcia é um tecido feito de lã, seda, algodão ou fibras sintéticas e outros têxteis, que tem como principal característica apresentar um lado liso e outro felpudo. O peluche moderno é geralmente manufacturado a partir de fibras sintéticas, tais como o poliéster. É quase que exclusivamente usado para a confecção de bichos de pelúcia, chegando a ser um sinônimo para tais brinquedos, ou na confecção de roupas de dormir, como pijamas e camisolas.

domingo, março 16, 2008

Insecticidal

Vivemos como uma colméia, um formigueiro – todos a caminho de uma vida separada de seu sentido ou propósito. Vive-se pelo todo, para fazer parte do todo – mas nunca para ser o todo.

É falso (e verdadeiro) que somos individualistas. Somos tão perdidos em nossos umbigos que não percebemos todos caminhando juntos para o absoluto nada. Em nossa individualidade, só percebemos a nós, e não enxergamos que somos iguais em capacidade e limitações. Nossos umbigos nos direcionam todos para o mesmo lugar: o vazio existencial.

É uma vida de inseto, sem sentido, direção, razão ou sentimento. Não haverá um final feliz como em desenho da Disney.

Procure seu propósito na vida e evita seu insecticídio.

sexta-feira, fevereiro 08, 2008

Para uma boa viagem

Uma viagem relachante não pode ser realmente relaxante se o dia da partida não for uma merda!

Sim, já aconteceu de viajar e não pegar trânsito a caminho do aeroporto. E ainda haver vaga fácil perto do elevador. Não haver fila pro check-in, na polícia federal e nem para entrar no avião. O vôo ter sido muito tranqüilo, minhas bagagens chegarem todas intactas e o taxista me levar pro hotel sem bancar o malandro dando voltas pela cidade.

Essa viagem foi uma merda!

Fiquei tão relaxado que dormi o tempo todo. Dormi cedo e acordei tarde. Não conheci nada.

O estresse pré-viagem te enche de adrenalina. O ódio pelo resto da humanidade te dá forças para vencer a preguiça. Toda decepção inicial te leva a se forçar a fazer da viagemum sucesso absoluto, o tempo todo. Em resumo: frustração te dá aaaaasas!

Para confirmar que minha viagem seria muito irada – como efetivamente foi –, antes de pisar no avião, enfrentamos três filas imensas no aeroporto, com direito a 15 pessoas achando que são malandras demais e tentando furar fila na nossa frente e atendentes suuuuuper lerdos e – a cereja do bolo – mijaram no meu pé no banheiro.

Como assim mijaram no seu pé? MIJARAM NA PORRA DO MEU PÉ! Eu estava tranqüilamente resolvendo meus assuntos no mictório quando eu sinto uns pingos no meu pé. Olho pra baixo e percebo que ele está molhado. Nisso, o cara do mictório do lado se manda. Fiquei tão embasbacado com o que tinha acontecido que não consegui reagir. Fiquei uns minutos olhando pro meu pé molhado tentando entender o que tinha acontecido. Mas, fato era, que meu pé estava molhado e eu lá, parado por uns dez minutos, com o pau na mão e olhando pro pé.

A viagem foi foda!

Pra confirmar de vez o quão boa foi, na volta minha mala apareceu destruída pra mim e com um vinho que tinha comprado estraçalhado dentro. To esperando a Varig me comprar outra...

quarta-feira, janeiro 30, 2008

Falando na sua língua…

“I've paid my dues
Time after time
I've done my sentence
But committed no crime
And bad mistakes
I've made a few
I've had my share of sand
Kicked in my face
But I've come through”

Não pense que não fico triste,
“Outside the dawn is breaking
But inside in the dark I'm aching to be free
The show must go on
The show must go on, yeah yeah
Ooh, inside my heart is breaking
My make - up may be flaking
But my smile still stays on”

Mesmo assim,
“I want to break free from your lies
You're so self satisfied I don't need you
I've got to break free
God knows, God knows I want to break free.”

Então,
“So long, farewell, auf Wiedersehen, good night”.

Capisci?

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Versos Bregas

A primavera foi linda,
mas o verão acabou
e nós nem vimos o outono passar.
Agora que estamos no inverno
só nos resta o frio e a desolação.

Se tivéssemos percebido a chegada do outono,
Talvez poderíamos fazer
Como o super-homem para salvar
Lois Lane de seu fim definitivo
E fazermos o planeta girar ao contrário.
Fazer do outono o verão mais uma vez.
Talvez.

Mas os relacionamentos são assim.
Se você percebe que o outono chegou
É porque, na verdade, é o inverno que bate à sua porta.
Foi bom, foi bom demais, foi incrível.
E foi tudo isso que nos fez esquecer
Do outono e cair no inverno.

Talvez seja o momento de nos separarmos
E encontramos outra primavera para nossas vidas.
Mas mesmo no inverno de nossa vida à dois,
Tudo o que desejo é
Procurar o calor do seu corpo em busca da salvação,
Como um náufrago busca o bote salva-vidas.

Quem sabe não seria essa a solução
Para a passagem das estações?
Então que nossos corpos se mesclem,
Se aqueçam e sejam aquecidos mutuamente
Até que a primavera volte a reinar em nossas vidas.

No final das contas,
“eu só quero que você
me aqueça neste inverno.
E que tudo mais
Vá para o inferno”.